quarta-feira, 26 de maio de 2010

PÓLO CALÇADISTA






A indústria calçadista representada pela Abicalçados, exporta 165 milhões de pares, mais de 140 países importam calçados do Brasil. O principal importador de calçados brasileiros é o norte-americano, seguido pelo Reino Unido, Argentina e Itália.

O parque calçadista é formado por cerca de oito mil fábricas e emprega cerca de 300 mil pessoas. Os fabricantes dispõem de máquinas, equipamentos e matérias-primas de alta qualidade para o processamento do sapato, sendo grande parte obtida no próprio mercado interno.

HISTÓRICO

O processo de desenvolvimento econômico da indústria calçadista brasileira iniciou no Rio Grande do Sul, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, em junho de 1824. Instalados no Vale do Rio dos Sinos, além de atuarem na agricultura e na criação de animais, eles também trouxeram consigo a cultura do artesanato, principalmente nos artigos de couro.

A produção, que inicialmente era caseira e caracterizada pela confecção de arreios de montaria, ganhou mais força com a Guerra do Paraguai, que ocorreu de 1864 a 1870. Após o episódio, surgiu a necessidade de ampliar o mercado comprador, não só de arreios, mais também de calçados. Assim, surgiram alguns curtumes e a fabricação de algumas máquinas, que tornava a produção mais industrializada.

Em 1888, surgiu, no Vale dos Sinos, a primeira fábrica de calçados do Brasil, formada pelo filho de imigrante Pedro Adams Filho, que também possuía um curtume e uma fábrica de arreios. O estado gaúcho aumentava a demanda por calçados, fazendo com que a produção se expandisse a cada ano, formando, ao longo do tempo, um dos maiores clusters calçadistas mundiais da atualidade.

A necessidade de ampliar a comercialização de calçados para fora do país ocorreu no início da década de 60, em contraponto com a exportação de couro salgado. A primeira exportação brasileira em larga escala ocorreu em 1968, com o embarque das sandálias Franciscano, da empresa Strassburguer, para os Estados Unidos.

A produção nacional, naquela década, era de 80 milhões de pares anuais. Novos mercados começaram a surgir no exterior e os negócios prosperaram. As empresas faziam os contatos com os compradores internacionais e trabalhavam diretamente com os line builder - responsáveis pela criação das linhas.


Em 2008, a indústria calçadista nacional possuía mais de oito mil fábricas e empregava 300 mil trabalhadores. Mais de 140 países recebem o calçado brasileiro, cujas exportações, em 2008, atingiram US$ 1,8 bilhões com o embarque de 165 milhões de pares.


ABICALÇADOS

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados - Abicalçados tem como objetivo representar os interesses das indústrias de calçados e de cabedais. Atua na defesa das políticas do setor, acompanhando e envolvendo-se diretamente em questões nacionais e internacionais, quando resultam em algum reflexo nas suas atividades.

Fundada em abril de 1983, a Abicalçados tem um quadro de associados composto de empresas de micro, pequeno, médio e grande porte, oriundo de vários estados brasileiros. A Abicalçados é administrada por um Conselho Diretor, formado por: Presidente, Vice-presidentes e Diretores.


Troféu Abicalçados

Este troféu tem o intuito de proporcionar o devido reconhecimento a pessoas, empresas e instituições que tenham contribuído para o crescimento e a qualificação do setor calçadista brasileiro. Este é o principal objetivo do prêmio Destaque Abicalçados, desenvolvido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados.
O prêmio passa a ser conferido em eventos realizados no Brasil, mas que têm abrangência internacional. A escolha dos homenageados é feita pelos membros do Conselho Diretor da Abicalçados, que apontam nomes nos segmentos de Tecnologia, Design, Promoção Comercial, Inserção Internacional e Personalidade.

A entidade utiliza critérios como os projetos e as iniciativas que pessoas ou entidades realizaram para atingir uma colocação de destaque no cenário internacional, seja de forma direta ou auxiliando as empresas de calçados e o setor.


PÓLO CALÇADISTA DO RIO GRANDE SO SUL

O Estado do Rio Grande do Sul conta com cerca de 2.824 empresas,sendo 34,9 % do Brasil,resultando num montante de 106.225 empregados.Com esses números ,torna-se um dos principais Pólos Calçadistas do Brasil.A intensa produção de calçados e artigos de couro,aliada à oferta de componentes,máquinas e instituições de ensino e de desenvolvimento,faz com que este Estado seja considerado o maior cluster calçadista do mundo.

Estima-se que abriga em torno de 60% das indústrias de componentes e 80% da indústria brasileira de máquinas para couro e calçados. Tem indústrias espalhadas em diversas localidades, que abrigam de uma a dezenas de unidades, que também se transformam pólos calçadistas devido a suas peculiaridades.

Segundo dados de 2007, o Estado gaúcho tinha cerca de 2.700 empresas de calçados, que geram mais de 100 mil empregos diretos. Cerca de 30% (em pares) da exportação brasileira de calçados e, 2008 saíram do Rio Grande do Sul. Em 2008, os embarques somaram 51 milhões de pares e geraram uma receita de US$ 1,1 bilhão. Apesar da pulverização de unidades produtivas em vários municípios, o Rio Grande do Sul concentra principais pólos calçadistas em cidades localizadas no Vale dos Sinos; Vale do Paranhana, Vale do Taquari e Serra Gaúcha.

A razão deste status vem do século 19,quando os primeiros imigrantes alemães,em 1825, e italianos, por volta de 1890, instalaram-se nestes Vales, trazendo consigo a arte milenar do processamento do couro. Em princípios do século 20, já havia indústrias completas atuando na região e vendendo calçados para todo o Brasil e alguns países vizinhos.


PÓLO CALÇADISTA DE SANTA CATARINA


O estado de Santa Catarina conta com 304 empresas, ou seja, 3,8 % do país, contando com 7.143 empregados. Gradualmente, Santa Catarina vem aumentando sua participação como fabricante de calçados.

A principal região produtora é o Pólo Calçadista do Vale dório Tijucas, formado pelas cidades de Tijucas, Canelinha, Nova Trento, Major Gercino e São João Batista, está última concentra o maior número de empresas.

Estima-se que 95% da produção é dirigida para o público feminino. O restante fica distribuído entre os segmentos infantil e de acessórios.

O vale do Rio Tijucas conta com cerca de 200 fábricas de calçados. O surgimento deste pólo remonta 1926, com a instalação das primeiras sapatarias.

São João Batista é a cidade com maior número de empresas e recebeu o título de Capital Catarinense do Calçado. Das 450 empresas ligadas ao setor, 150 são fabricantes de calçados e 300 atuam como prestadora de serviços. A produção que sai das esteiras é de quase dois milhões de pares, dos quais 11% são destinados à exportação. Com uma população de 22 mil habitantes, a atividade gera mais de oito mil empregos diretos.



São João Batista-Principal Pólo Calçadista Catarinense

São João Batista é pequena, considerando os seus 17 mil habitantes. Porém são 150 fábricas do setor calçadista que compõem a força industrial do município, transformando-o no maior pólo calçadista de Santa Catarina, o quarto do país. E onde há produção em grande número, pode se esperar venda em grande número e num preço acessível.

Das 150 fábricas, muitas seguem a linha de autonomia proposta em Blumenau para a área têxtil. Acontece da seguinte forma: existem as grandes marcas que compram produtos sob encomenda nas fábricas do interior e há as pequenas fábricas que autônomas no que diz respeito à criação, vendem seus produtos para as grandes marcas.

Em São João Batista acontece da mesma forma. Desde 2005 o pólo calçadista mantém a oficina de criação e design em parceria com o Sebrae para que as fábricas possam desenvolver seus próprios produtos.

À beira da SC-411, centros de compras oferecem uma variedade de calçados com preços entre 15% e 20% mais baixos do que em lojas de calçados de outras cidades. E o mais baratos são os fabricados na região como Ana Paula, Cor da Flor, Paro e Aye Aye.Já as linhas de exportação,custam caro também para quem compra em casa.

São João Batista exporta tanto para países da Europa e para os EUA como para os demais países latino-americanos, como Panamá, Costa Rica, Colômbia, Porto Rico e Chile. Garantia de qualidade e preço bom para compras tanto para o comprador de varejo como para o lojista que quer comprar bem e barato no atacado.

As indústrias de calçados estão enfrentando dois inimigos difíceis: a baixa cotação do dólar e a concorrência chinesa no mercado internacional. Há estimativas que 70 mil pares de calçados deixaram de ser exportados entre maio e junho porque os clientes se recusaram a renegociar os preços contratados anteriormente.


Postado por:Bruna Lisboa
Bruna Martins
Jéssica de Medeiros
Junielle Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário